Sistema concebido como alternativa ao tradicional sistema de séries e na qual a avaliação é feita ao longo do ciclo – e não ao fim do ano letivo. O sistema de ciclos tem base no regime de progressão continuada, uma perspectiva pedagógica em que a vida escolar e o currículo são assumidos e trabalhados em dimensões de tempo mais flexíveis. Dessa forma, o aluno só poderia ser reprovado no fim de cada ciclo.
O sistema de ciclos tem origem nos termos da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, que concedeu autonomia a Estados, municípios e escolas para adotar, ou não, esse sistema. A LDB determina que, nos ciclos, a avaliação deve ser feita no dia-a-dia da aprendizagem, de diversas formas, incorporando-se à educação formal a experiência de vida trazida pelo aluno do seu universo familiar e social. De acordo com esse sistema, por exemplo, o ensino fundamental possui dois ciclos: um da primeira à quarta série e outro da quinta à oitava.
Diversos países da União Européia adotam o sistema de ciclos com sucesso, tendo como base escolas com projeto pedagógico adaptado ao sistema – utilizando, por exemplo, sucessivas verificações de assimilação das lições ministradas. No Brasil, a introdução do sistema de ciclos no ensino fundamental é polêmica: de um lado, é vista como tentativa de ocultar o problema da repetência no país, e, de outro, como um avanço para garantir a permanência e o aprendizado dos estudantes na escola. A organização por ciclos tende a evitar as freqüentes rupturas e a excessiva fragmentação do percurso escolar, assegurando a continuidade do processo educativo, dentro do ciclo e na passagem de um ciclo ao outro.
De acordo com algumas pesquisas, são muitas as evidências de que no Brasil, tanto no sistema de séries como no de ciclos, a maioria dos alunos que concluem o ensino fundamental é semi-alfabetizada. No entanto, o sistema foi criado como medida que procura também solucionar um dos problemas mais sérios do ensino básico brasileiro – a reprovação e a evasão dos alunos.