Pais e professores podem estimular nas crianças a confraternização, a cooperação, a troca de idéias, o físico, a criatividade, a concentração, a memória e outras habilidades com a ajuda de jogos. A opinião é da americana Cynthia MacGregor, autora de 150 jogos não-competitivos para crianças, lançado pela Madras Editora. Nesse trabalho, ela propõe jogos e atividades para promover um crescimento e um desenvolvimento mais saudável nas brincadeiras de crianças.
“Este livro não traz uma linha sequer sobre psicologia infantil nem sobre pedagogia ou faz menção a qualquer outro conceito educativo. Ele apenas propõe brincadeiras saudáveis, acreditando que a única forma de se manter criança no lugar de criança é brincando com ela. Caso contrário, se os adultos não se inclinarem para brincar com suas crianças, elas rapidamente passarão a achar que brincadeira é coisa de criança, e que o importante mesmo é ser adulto”, diz a apresentação do livro.
Segundo a escritora, nem sempre oferecer um amigo para o seu filho significa tranqüilidade, paz e divertimento. As disputas, brigas e discórdias são freqüentes. Frases como “ela não quer dividir”, “ele roubou” e “ganhei, mas ele não aceita” são comuns e, geralmente, começam com uma simples brincadeira. MacGregor acredita que a situação tem sua origem na competição e, por isso, escreveu um livro propondo jogos não-competitivos, para que todos ganhem.
“Todo mundo quer ser o vencedor; ninguém quer perder. Mesmo você, provavelmente, não quer perder, seja no bingo, nas cartas, ou daquela mulher que “chegou junto” com o carrinho cheio, na fila do caixa do supermercado”, ilustra a autora na introdução do livro. Uma criança de três a nove anos, explica MacGregor, não tem a mesma eficiência que um adulto para aceitar uma derrota como transitória.
Uma possível solução estaria nos estímulos de alguns jogos que a escritora apresenta no livro. Há atividades atléticas ou tranqüilas, as que necessitam de pensamento lógico e as que simplesmente exigem imaginação; outras servem apenas ao divertimento.
Em “Teatro de bonecos”, por exemplo, uma criança pode escrever ou adaptar uma história existente. A outra pode utilizar sucata, meias e tecidos para criar bonecos originais. O cenário não precisa de muitos detalhes, pois a imaginação pode completar a apresentação. Para aumentar o vocabulário, “O blefe do dicionário” é uma ótima opção. Estimula a memória e torna mais familiar palavras e seus significados. Os 150 jogos foram agrupados em “Atividades e jogos calmos”, “Jogos com sacos de feijão”, “Outros jogos ativos”, “Aventurando-se nas artes” e “Uma miscelânea de atividades”.
Os jogos saudáveis e não-competitivos apresentados no livro, ressalta a autora, podem promover uma aproximação das crianças entre si e delas com os adultos, e ainda podem mostrar que a satisfação pessoal não está diretamente vinculada à superioridade de uns sobre os outros, como acontece quando há competição.
Livro: 150 jogos não-competitivos para crianças – todo mundo ganha Autor(es): Cynthia MacGregor. Tradução de Regina Drummond Editora: Madras Páginas: 332 |