O prefeito do Recife (PE), Geraldo Júlio, falou sobre a “Experiência com o uso de recursos tecnológicos de inclusão na educação” na Bett Educar 2019, evento realizado entre 14 e 17 de maio no Transamérica Expo Center, em São Paulo (SP).
Como prefeito, Júlio desenvolveu vários projetos como Escola do Futuro, programas envolvendo robótica na escola, laboratório de ciência e tecnologia, dentre outros, conforme apresentação da moderadora Julia Pinheiro Andrade.
Júlio, antes de falar da experiência com recursos tecnológicos de inclusão na educação, contextualizou sua atuação: “a prefeitura é a maior organização que está instalada e em funcionamento dentro da cidade do Recife; é a que tem maior número de pessoas trabalhando; a que tem o maior número de recursos administrados por uma instituição e, ao mesmo tempo, a que faz mais entrega à população da cidade”.
Foto registrada pelo EducaBrasil.com.br
O mais importante, segundo o prefeito, é “a entrega de futuro para as próximas gerações”. Júlio falou sobre a sociedade estar em transformação e que isso traz impacto na educação por meio do uso de aplicativos, da inteligência artificial, dentre outras inovações.
Júlio destacou o fato de termos “7 bilhões de geradores de ideias” em referência ao número de smartphones no mundo. E, a partir dessas transformações, olhou para a sala de aula do século passado, uma foto no slide, e a comparou com a dos dias de hoje: “pelo que eu percebo a modificação em muitos lugares do mundo não tem sido tão grande”. Para ele, é preciso adicionar mais alguma coisa à sala de aula para formar o cidadão.
Segundo Júlio, o trabalho em Recife tem sido no sentido de mudar o local de aprendizagem para atrair as crianças e despertar nelas o desejo de se transformarem e terem sua formação cidadã.
Lembrando que tem críticas ao Fórum Econômico Mundial, Julio apresentou as habilidades profissionais para a nova sociedade:
Julio lembrou ainda da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiências (saiba +), da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (2015) e da Paralimpíada. Referindo-se a esta última, recordou, “teve um papel interessante porque as famílias, a sociedade e as pessoas com deficiência puderam ver que as pessoas com deficiência estavam ali jogando basquete, disputando competição de atletismo, uma competição esportiva, e ele (pessoa com deficiência) sequer podia visitar todos os cômodos da sua casa, sequer podia visitar o vizinho, conhecer alguém do seu bairro, não podia ir ao cinema, muitas vezes não podia ir à escola. E essas pessoas e famílias despertaram: se tem gente disputando Olimpíada, porque não posso ir à escola, buscar uma vida como todas as pessoas”. Segundo o prefeito, essa é uma transformação que aconteceu no mundo, mas faz pouco tempo que a gente busca a dignidade e a cidadania para as pessoas com deficiência.
Segundo Júlio, há cerca de 3.900 alunos com deficiência na rede escolar de Recife e iniciativas de inclusão são necessárias, incluindo várias tecnologias que ajudam nesse processo. O teclado Tix, por exemplo, conta com nove botões e substitui o teclado/mouse, permitindo acesso ao computador por pessoas com dificuldades que utilizam mão, cotovelo, queixo, pé ou outras formas para se comunicar.
Segundo o prefeito, a linha braille é uma ferramenta que, acoplada ao computador, mostra o que está na tela, evitando a necessidade de impressões no papel. Mesmo com essa tecnologia, a impressão no papel não está abandonada na rede da prefeitura pois há as impressoras para braille que podem ser usadas pelos professores da educação inclusiva.
Outra tecnologia digital lembrada pelo prefeito foi o Livox, um aplicativo para tablets que permite às pessoas com paralisia cerebral terem uma comunicação muito mais ampla. O vídeo abaixo mostra um pouco sobre esse aplicativo e sobre a história de seu criador: