Conceito criado pelo educador e pensador brasileiro Paulo Freire, autor do livro Pedagogia do Oprimido (1968), para designar a escola que prepara a criança para tomar decisões. A idéia de escola cidadã entrou em evidência nos anos 90, como expressão de um movimento de inovação educacional no Brasil que inclui os temas: autonomia da escola, integração da educação com a cultura e o trabalho, oferta e demanda, escola e comunidade, visão interdisciplinar e a formação permanente dos professores.
Segundo o Instituto Paulo Freire (IPF), a Escola Cidadã defende a educação permanente e tem uma formatação própria para cada realidade local, de modo a respeitar as características histórico-culturais, os ritmos e as conjunturas específicas de cada comunidade, sem perder de vista a dimensão global do mundo em que vivemos. Para tanto, o seu projeto político-pedagógico é elaborado com base na realização de um diagnóstico da realidade escolar chamado Etnografia da Escola, que possibilita a construção de um currículo escolar fundamentado na criação de espaços interculturais, por sua vez trabalhado na perspectiva inter e transdisciplinar, que levam em conta a dimensão da razão e da emoção, portanto, a técnica, a sensibilidade e a criatividade. Nesse sentido, a Escola Cidadã é democraticamente organizada e pedagogicamente alegre, criativa e ousada.
A Escola Cidadã também tem se caracterizado como um movimento que inclui o uso eficiente dos mais recentes avanços tecnológicos, como a informática e os computadores enquanto veículo e instrumentos que colaboram na reconstrução do conhecimento; e que leva em conta a necessidade de uma educação sustentável para a sobrevivência do planeta e que defende a ecopedagogia como alternativa para uma educação ética que promove a vida e a solidariedade planetária. Além disso, esse movimento defende a construção de uma escola autônoma, só possível por pessoas que aprendem a decidir no processo de participação e que avaliam dialogicamente o mesmo. Este programa pressupõe a formação de cidadãs e de cidadãos que efetivamente participam e decidem sobre o destino da escola.