A educadora e presidente da Fundação Dorina Nowill para Cegos, Dorina de Gouvêa Nowill, de 82 anos, será homenageada com o 7º Prêmio de Educação Visconde de Porto Seguro, no próximo dia 7 de maio, às 11h, no salão nobre da Unidade III do Colégio Visconde de Porto Seguro, em cerimônia com a presença do Ministro da Educação, Paulo Renato Souza, e do presidente da Fundação Visconde de Porto Seguro, Alfried Plöeger.
Com o objetivo de estimular o aperfeiçoamento de métodos pedagógicos, o prêmio é destinado a pessoas que, no exercício do magistério ou na administração pública e escolar tenham dado significativa contribuição à educação, por meio de pesquisas ou obras publicadas. Já receberam o Prêmio de Educação Visconde de Porto Seguro o ex-ministro de Educação, Jarbas Passarinho, e os professores-doutores Antonio Ferreira de Almeida Jr; Fernando de Azevedo; Manoel Bergström Lourenço Filho; Carlos Pasquale e Hamilcar Turelli.
Nascida em São Paulo, em 1919, a professora Dorina Nowill ficou cega aos 17 anos em decorrência de uma patologia ocular e foi a primeira aluna com deficiência visual a matricular-se numa escola comum, estudando ao lado de estudantes com visão normal. Ainda na condição de aluna conseguiu que a Escola Caetano de Campos, na Praça da República, onde concluiu o magistério, implantasse o primeiro curso de especialização de professores para o Ensino de Cegos, em 1945. Após diplomar-se, viajou para os Estados Unidos, onde especializou-se na área de deficiência visual, na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, e estagiou nas principais organizações americanas de serviços para cegos.
Ao retornar ao Brasil, em 1946, Dorina inaugurou a primeira Imprensa Braile para a produção de livros em braile e foi responsável pela criação, na Secretaria Estadual de Educação de São Paulo, do Serviço Especial para Educação Integrada de Alunos Cegos à escola comum. Como naquela época havia poucos livros em braile para estudantes cegos ela reuniu um grupo de voluntários e criou, naquele mesmo ano, a Fundação para o Livro do Cego no Brasil. Entre 1953 e 1970 dirigiu o primeiro órgão nacional de educação para cegos no Brasil, criado no Ministério de Educação, Cultura e Desportos para implementar a criação de serviços especiais e capacitação profissional para esse público. Em 1991 a Fundação passou a ter o seu nome, em reconhecimento ao seu trabalho e à educação, reabilitação, cultura e profissionalização de pessoas cegas ou com visão subnormal.
Dorina Nowill também trabalhou em organizações mundiais de cegos, ocupando cargos importantes, e junto à entidades da ONU — Organização das Nações Unidas, sempre como representante oficial do Brasil — o que a levou a receber inúmeros títulos, condecorações e prêmios de organizações européias, americanas, do governo brasileiro e de entidades e empresas nacionais.
A Fundação Dorina Nowil para Cegos atende, anualmente, cerca de cinco mil pessoas, entre crianças, jovens e adultos que recebem assistência especializada, por meio de equipes altamente qualificadas nas áreas de: oftalmologia, neuropediatria, pedagogia especializada, psicologia, serviço social, orientação e mobilidade, ensino de letras, música, matemática, informática e engenharia, entre outras. Dorina também é autora do livro “…E eu venci assim mesmo” (1996), uma autobiografia que relata seus 50 anos de trabalho em benefício de pessoas portadoras de deficiência visual.
A Unidade III do Colégio Visconde de Porto Seguro, local da cerimônia de entrega do prêmio, fica na Rua Itapaiúna, 1.878, Parque Panamby, Morumbi. Telefone (11) 3742-7651. Fonte: Next Comunicação)