Entidade do movimento estudantil caracterizada por ser a única que representa e defende o interesse dos estudantes de todos os cursos e faculdades em âmbito nacional. Não existe filiação individual à UNE, pois todos os estudantes são considerados membros da entidade. No Brasil, atualmente, a livre organização dos estudantes em entidades como a UNE é garantida por lei.
Foi a partir da criação da UNE, em 1937, que os estudantes universitários se organizaram para lutar pela construção da democracia e justiça social no Brasil. Dessa forma, a UNE participou de importantes movimentos na década de 40, manifestando-se, por exemplo, contra o regime nazi-fascista que se instaurava no país com o Estado Novo e lutando pelo fim da ditadura Vargas. Nos anos 60, a UNE teve somada a participação das Uniões Estaduais dos Estudantes (UEEs), representações estaduais de estudantes universitários, colocando-se ao lado dos movimentos populares. Também passou a levar as discussões dos problemas sociais brasileiros, por meio do teatro, cinema e da música, para vários pontos do país.
Com o golpe militar de 1964, que leva o país para uma longa ditadura, os estudantes tentam resistir, mas a UNE é colocada na clandestinidade. Mesmo sob forte repressão, o movimento estudantil se intensifica e centenas de estudantes são presos ou mortos. Com a decretação do Ato Institucional número 5, que cassou os direitos políticos dos cidadãos, os movimentos estudantis de massa desapareceram para voltar somente no final da década de 70. A UNE volta à legalidade em 1985, quando também ressurgem grêmios e centros estudantis. Em 1992, a UNE volta a ser destaque, com a manifestação de estudantes de todo o país a favor do impeachment do presidente Fernando Collor de Mello.