A Intel, maior fabricante de microprocessadores do mundo, anunciou a doação de uma infra-estrutura computacional para o primeiro centro de ensino e pesquisa em realidade virtual da América Latina, que passa a integrar o Laboratório de Sistemas Integráveis da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (LSI-USP).
No âmbito do programa SIBRATI (Sistema Brasileiro de Tecnologias de Informação), o Núcleo de Realidade Virtual vai disponibilizar seus recursos para a Escola Politécnica, demais unidades da USP e outras universidades do país e do exterior, constituindo um centro de excelência internacional na área.
O LSI-USP foi fundado em 1974, “com o objetivo de transformar idéias em chips, praticamente a mesma proposta da Intel”, como salienta o professor doutor Marcelo Zuffo, coordenador do Grupo de Computação Visual e Mídias Eletrônicas Interativas do LSI-USP, da Escola Politécnica da USP. O laboratório conta com mais de 200 pessoas, sendo 70% alunos de graduação e pós-graduação engajados em pesquisa e desenvolvimento. O Núcleo de Realidade Virtual vai favorecer o avanço das atuais pesquisas que o LSI-USP promove, tais como chips para aplicações em saúde, telemedicina contra o câncer, supercomputadores paralelos, filmes interativos de computação gráfica, entre outros.
A Realidade Virtual é uma tecnologia que tem sido cada vez mais utilizada em função da disponibilidade dos modernos microprocessadores que incorporam recursos gráficos e multimídia. Particularmente a Realidade Virtual permite que o usuário “mergulhe” em mundos virtuais simulados por computador. As aplicações na engenharia e ciências são ilimitadas incluindo a construção de protótipos virtuais até a visualização de fenômenos físicos da estrutura da matéria.
Um dos equipamentos mais sofisticados que vai ser integrado à infra-estrutura da Intel no Núcleo de Realidade Virtual é a Caverna Digital. “A Caverna Digital é um sistema de realidade virtual, de múltiplas projeções, que permite a imersão total dos usuários em mundos virtuais gerados por computador, em tempo real”, explica Zuffo.
“Com a implantação do Núcleo de Realidade Virtual na USP, o Brasil entra definitivamente na era das simulações virtuais, tanto na indústria como em pesquisa científica avançada”, afirma o professor Zuffo. “Nossos alunos, pesquisadores e professores poderão, finalmente, entrar em contato com uma tecnologia até agora só encontrada em países do primeiro mundo”.
A Intel participa também de diversos projetos de educação voltados à comunidade carente, entre eles, o projeto Clicar da Estação Ciência da USP, Projeto Gol de Letra da Fundação Raí e o acordo de cooperação com o MEC – Ministério da Educação e Cultura –, que permitiu a doação de mil kits educacionais para os Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE). Além disso, ainda no ano passado, a Intel doou microcomputadores para salas de informática do Instituto Dom Bosco, entidade filantrópica, sem fins lucrativos, que oferece educação e assistência a crianças e jovens. “Cada vez mais, o conhecimento tecnológico e a habilidade na utilização dos computadores, são indispensáveis para o desenvolvimento educacional, profissional, social e cultural”, afirma Bart Heisey, Gerente Geral da Intel para a América Latina.
“Um dos principais objetivos do Programa Educacional da Intel é o de disseminar as tecnologias desenvolvidas pela Intel no ambiente acadêmico, beneficiando o maior número possível de estudantes em diversos países”, ressalta Ruy Castro, Gerente dos Programas de Educação da empresa.
Benefícios em várias áreas
A doação de equipamentos pela Intel está permitindo a montagem de um centro de treinamento avançado em aplicações da realidade virtual para o ensino de graduação, pós-graduação e extensão universitária em áreas como as de engenharia naval, oceânica, minas, química, mecânica, civil, automobilística, eletrotécnica e eletrônica; medicina, por meio de simulações cirúrgicas e estudos de anatomia; e ciências básicas, como astronomia, astrofísica, física, biologia e química, que também podem obter benefícios da utilização da tecnologia de Realidade Virtual.
“Todos os 15 departamentos de engenharia da Poli serão beneficiados, além da USP como um todo”, salienta Marcelo Zuffo, que dá como exemplo uma das muitas aplicações agora possíveis: “utilizando a Realidade Virtual, o supercomputador paralelo desenvolvido na USP e os dados do Homem Visível (The Visible Human Project, disponível na Internet pelo endereço www.nlm.nih.gov), médicos e cientistas poderão visualizar, em tempo real, a reconstrução completa do corpo humano em um ambiente de imersão total como o que será instalado na USP”. (Fonte: Item Comunicação)