Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida falou sobre “Ambientes educacionais emergentes: personalização e aprendizagem híbrida” na Bett Educar 2019, que ocorreu entre 14 e 17 de maio no Transamérica Expo Center, em São Paulo (SP).
Almeida abordou questões relacionadas aos ambientes educacionais emergentes e a personalização da aprendizagem por meio das narrativas digitais. “A produção de narrativas digitais é algo que nos ajuda muito […] porque o aluno é forçado a interagir com a tecnologia para representar o seu processo de aprendizagem”, esclareceu Almeida. “Temos a possibilidade de compreender o que o aluno está aprendendo, quais são suas dificuldades, quais lacunas eu preciso ajudá-lo a superar”, completa.
Nessa oportunidade de conhecer melhor o aluno e seu processo de aprendizagem, surge a personalização, e que vai muito além dos sistemas adaptativos, que integram inteligência artificial com algoritmos. Segundo Almeida, tudo isso ajuda, mas não resolve os problemas de ensino e aprendizagem. Temos, assim, mais informações para trabalhar, para enriquecer a compreensão. Essa noção é importante, diz Almeida, para não sermos dominados por esses sistemas.
“Hoje podemos perceber melhor os diferentes modos de aprender, os diferentes estilos de aprendizagem, preferências de cada aluno”, explicou Almeida, questionando a ideia de que a personalização surgiu como uma grande inovação deste momento. “Não é isso”, afirmou.
Diante de tantas informações para o professor e para o aluno, a professora questiona: “personalização com quais intenções?”. Para ela, temos uma porta para o controle. “Porque essa tecnologia também permite maior controle sobre tudo, e para o bem e para o mal, tanto para a emancipação quanto para a dominação”. E, por isso, Almeida recomenda olhar com muito cuidado para as intencionalidades.