Projeto – Revista de Educação

Revista da Editora Projeto – Rua Hoffmann, 239, sala 2 – Porto Alegre – RS – telefone: (51) 346-1258 – e-mail: projeto@pro.via-rs.com

Periodicidade: Semestral
Valor: R$ 10,00

A Projeto – Revista de Educação é publicada semestralmente desde janeiro de 1999, apresentando em cada número uma disciplina de ensino. Seu objetivo é contribuir para que o professor e o especialista da educação tenham um painel abrangente de determinado assunto, dentro de uma determinada concepção de trabalho que se caracteriza pela orientação construtivista.
Site: www.editoraprojeto.com.br/rev.htm

Número 05 (2. semestre/2001)
Artes Plásticas

Número 04 (1. semestre/2001)
O número 04 da revista Projeto fala sobre Projetos de Trabalho, um tema de necessidades e questionamentos comuns a muitos professores: qual a melhor forma de escolher os temas para os Projetos? ou de encaminhar as atividades? ou de envolver os alunos e de relacionar as diferentes áreas do conhecimento?
A Revista traz artigos de importantes profissionais como Fernando Hernández (Universidade de Barcelona), Maria Carmen Barbosa (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Mirta Castedo e Claudia Molinari (Universidade de La Plata/Argentina), Lúcia Helena Leite e Verônica Mendes (Escola Balão Vermelho-Belo Horizonte), Lígia Rezende Schmit (Ubatuba/SP), além de Relatos de práticas em algumas instituições: Cristina Medeiros (Escola Projeto/Porto Alegre), Monique Zamboni (Escola Mun. Infantil Ilha da Pintada/Porto Alegre) e Neusa Helena Barbosa e Ivana Maria Pontes (Colégio Santa Cecília/Fortaleza).

Número 03 (2. semestre/2000)
A quarta edição da Projeto – Revista de Educação (de junho a dezembro de 2000), editada semestralmente pela Editora Projeto, trata do ensino da matemática. O objetivo da publicação é, em cada número, abordar uma área do conhecimento, buscando a capacitação dos educadores que atuam na educação infantil e no ensino fundamental. Entre os artigos, a revista destaca a participação de especialistas da Argentina e da Colômbia, além de abordar relatos de pesquisas, de práticas e sugestões para uso em sala de aula.
A revista parte da idéia de que “aprender Matemática é aprender a resolver problemas”. Nesse sentido, propõe o debate sobre a forma tecnicista que tem caracterizado o ensino da matemática, mostrando que os professores ainda acreditam que aprender é repetir, apesar dos avanços da psicologia cognitiva e da aprendizagem que mostram que o aluno aprende interagindo com o objeto de conhecimento e observando a solução de problemas. A partir desta visão, especialistas promovem, em seus textos, a discussão de teorias e práticas sobre o tratamento didático desta disciplina.
Gessilda Cavalheiro Müller, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), aborda em “Um estudo de intervenção com jogos matemáticos” a experiência de um programa de extensão da Faculdade de Educação da UFRGS com ciclos de oficinas com jogos matemáticos para alunos de 1a a 4a série, da qual freqüentavam crianças de escolas estaduais e particulares. A autora explica como os jogos trabalhados contemplaram o desenvolvimento da quantificação e da classificação, das noções de equivalência e das habilidades de cálculo. O trabalho, baseado nos jogos matemáticos Athurma, investigou se as crianças com dificuldades de aprendizagem poderiam atingir níveis mais elaborados de pensamento, desenvolver conceitos e habilidades matemáticas e interessar-se pelo mundo dos números, “enfrentando seus desafios com prazer e confiança”.
A seguir, Patrícia Sadovsky e Carmem Sessa, especialistas da Universidade de Buenos Aires, tratam das “Interações na classe de matemática: interferências não previstas para situações previstas”. Dessa forma, partem de uma série de perguntas fundamentais, que orientam o trabalho de investigação nas aulas, por exemplo, de como se dá a evolução dos conhecimentos dos alunos e de quais tipos de intervenção do professor são férteis para sustentar o vínculo do aluno com uma situação proposta. Esse trabalho, segundo as autoras, é marcado pela perspectiva da Teoria das Situações, de Guy Brousseau, e se baseia em perguntas cuja resposta obriga a colocar em relação muito próxima os conhecimentos antigos do aluno, situações didáticas e novos conhecimentos a construir.
As novas habilidades mentais, decorrentes da necessidade de processamento rápido da informação, exigidas pelo avanço tecnológico, são levantadas por Clarissa Golbert, da UFRGS, criadora dos Jogos Matemáticos Athurma, no artigo “A matemática escolar numa sociedade informatizada”. Golbert aborda os efeitos nocivos no Brasil da aprendizagem mal conduzida na matemática que combinam-se com outras insuficiências do sistema educacional. A partir daí, desenvolve os principais problemas da matemática tradicional, incluindo as concepções mecanicistas de aprendizagem da disciplina, o desprezo pela natureza social e cultural de seus significados e a ênfase nas ações do professor e nos materiais em detrimento do esforço do aluno na busca de sentido. O artigo apresenta, então, sugestões para a aprendizagem matemática, possibilidades de papéis do professor, propostas para utilização dos materiais e os novos rumos da aprendizagem e da reformulação das práticas.
Mariela Orozco Hormaza, da Universidade Del Valle, em Cali, Colômbia, investiga, em outro artigo, as dificuldades das crianças com o sistema notacional em base dez, que fundamenta a escrita dos números, os algoritmos das operações e vários sistemas de medida. O texto apresenta a lógica de operação do sistema, o sistema de base dez numa perspectiva lingüística e o ábaco como material que facilita a construção do sistema. O trabalho da especialista colombiana tem como base a tese de que muitos dos erros que os alunos apresentam ao escrever numerais se produzem porque não compreendem a lógica da escrita, fundamentada na lógica do sistema notacional em base dez.
Ainda investigando a teoria sobre o ensino da matemática, o artigo de Elaine Vieira, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), traz em “Aprendizagem, raciocínio e resolução de problemas matemáticos” a análise da relação entre as expressões “aprendizagem de matemática” e “raciocínio”. Dessa forma, a autora destaca a idéia de que a matemática não deve ser entendida como um desenvolvimento puramente lógico a ser demonstrado, mas sim que se deve considerá-la como uma atividade humana, social, que supõe desenvolvimento psicológico.
A revista Projeto destaca, ainda, quatro textos relacionados à prática do ensino da matemática. Em “A matemática dentro e fora da escola: problematizando as vivências das crianças da Escola Infantil”, Ana Isabel Lima Ramos, da UFRGS, traz experiências sobre a problematização das crianças no dia-a-dia da escola, sob o ponto de vista da construção dos conceitos matemáticos. Daniela Pandovan, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), em “Ensinando competências: interpretação e elaboração de gráficos”, mostra o trabalho realizado com gráficos junto aos alunos da Escola da Vila, na capital paulista. A seguir, Claudia Broitman, da Universidade de Buenos Aires, fala sobre o tratamento didático de problemas de multiplicação desde o início do ensino básico, levantando experiências acerca da finalidade do tratamento, da organização da classe, do tipo de interações que se pretende promover e as possíveis intervenções do professor. Finalmente, Marta Figueiredo Bueno trata da “Subtração de decimais: dificuldades, erros, conflitos e recursos para sua aprendizagem”, destacando suas experiências no ensino da matemática como professora da Escola Nova de Mococa, em São Paulo.
A seção “Tubo de ensaio” apresenta idéias de atividades realizadas na Escola Projeto, de Porto Alegre, relativas à exploração do peso das crianças, à correção de expressões numéricas e à discussão sobre como escrever os números. Traz ainda o Jogo da Pipoca e a matemática baseada na atividade de colecionar.

Número 02 (1. semestre/2000)
O número 2 da Projeto – Revista de Educação, referente ao primeiro semestre de 2000, apresenta como tema o ensino da História, seguindo a idéia de abordar uma área do conhecimento em cada número e buscando a capacitação de educadores que atuam na educação infantil e no ensino fundamental. A revista reúne o trabalho de oito profissionais da área, que têm pensado, investigado e colocado em prática novas propostas para o ensino da História.
A sociedade atual como referência para o ensino da História na escola primária é o assunto que Beatriz Aisenberg, da Universidade de Buenos Aires, investiga no primeiro artigo da publicação. Ela utiliza a idéia de que existe um problema no sentido da história como disciplina, que é a inevitável vinculação entre o passado e o presente. Ou seja, parece que existe uma ruptura entre o sentido do ensino da história e das aprendizagens que os alunos alcançam. Aisenberg apresenta propostas para constituir as relações passado-presente no objeto do ensino.
Sandra Pesavento, coordenadora do programa de pós-graduação em História da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), aborda em “Que história é esta? Uma incursão nos desafios do presente” a mudança de questões a respeito desta disciplina que surgiu com a crise dos paradigmas, a partir dos anos 80. Dessa forma, analisa “a história que temos e que vamos levar para o Terceiro Milênio” no contexto de um momento simbólico de passagem.
A constituição da História como disciplina escolar é tema do artigo de José Batista Neto, professor do Centro de Educação da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Ele destaca a idéia da História fornecer conhecimentos necessários, mas dificilmente consensuais à construção de imagens do país e de sua trajetória histórica, isso tendo em vista o contexto das comemorações dos 500 anos do “descobrimento”, que colocam iniciativas de discussões de especialistas de um lado e de cerimônias oficiais de outro. A partir daí, Batista Neto reconstitui a trajetória da História enquanto disciplina escolar e como ela tem desagradado a professores, alunos e pais.
“Dos Estudos Sociais às Ciências Sociais na sala de aula: outros olhares, outros territórios, outras histórias” é o artigo de Roseli Inês Hickmann, da Faculdade de Educação da UFRGS, que trata da diversidade cultural e da cidadania como base de olhar o diferente e o igual. É nesse sentido que a autora propõe o debate da “aceitação da diferença” e o ensino de Estudos Sociais e Ciências Sociais para levantar a necessidade de se pensar sobre os princípios que estão orientando intencional ou intuitivamente os currículos escolares. Destaca ainda uma sugestão de trabalho em sala de aula com esta temática.
A revista Projeto traz ainda quatro relatos de experiências relacionadas à prática no ensino da História. Adriana Serulnicoff, da Universidade de Buenos Aires, traz sua contribuição narrando um trabalho que buscou resolver as dificuldades das crianças em construir as noções de tempo histórico e troca social. Ela analisa sua experiência com um museu histórico, incluindo professores e alunos de uma escola infantil, partindo da idéia de que os museus constituem espaços privilegiados de onde os alunos das séries iniciais têm a possibilidade de tomar contato com “a história” através de testemunhos concretos.
Márcia de Oliveira Dias e Márcia Pittelkow, da UFRGS e do Instituto Porto Alegre (IPA), respectivamente, mostram no artigo “Ressignificando o tempo através da história de vida ou a história de vida através do tempo” outras experiências práticas com o ensino de História, incluindo a festa do “cadernão”, a árvore genealógica, a certidão de nascimento e uma linha do tempo.
Outra abordagem foi realizada por Oldimar Pontes Cardoso, da Escola da Vila, em São Paulo, através do Projeto Povo Latino. O projeto consistiu na troca de mensagens de correio eletrônico entre a escola paulista e um colégio argentino, falando sobre a história dos dois países, que resultou num quadro comparativo dos processos de colonização e independência do Brasil e da Argentina.
Por fim, Maria Terezinha das Neves, da Escola Municipal Chico Mendes, e outros colaboradores apontam suas experiências, baseadas nas possibilidades de construção do conhecimento histórico no ensino fundamental através do trabalho com fontes históricas e da pesquisa na comunidade.
A seção “Tubo de ensaio” apresenta atividades que podem ser adaptadas para os diferentes conteúdos abordados na disciplina de História. A primeira proposta refere-se ao trabalho com documentos, discussão sobre sua importância na sociedade da época e levantamento de dados do cotidiano no período analisado. Outra atividade propõe a leitura da obra Iracema, de José de Alencar, para estudo do período colonial brasileiro, destacando o debate entre professores e alunos com a comparação entre a visão literária e a visão oficial sobre o cotidiano do período.
Senhora, de José de Alencar, é outra obra utilizada como base para atividade em sala de aula: a leitura de trechos possibilita aos alunos perceberem as continuidades e rupturas havidas em relação ao período do Segundo Reinado. Outra atividade refere-se à evolução urbana de Porto Alegre, incluindo levantamento de mapas, obras, caricaturas e outra fontes que permitam aos alunos refletir sobre as mudanças percebidas entre relatos dos viajantes e o período de urbanização.
A penúltima atividade proposta trata da evolução urbana ao longo da história da humanidade, destacando a abordagem de modelos de cidades, como as cidades clássicas de Grécia e Roma, e o trabalho com a sua caracterização. Assim, alunos sistematizariam dados a respeito das semelhanças e diferenças entre as cidades de diferentes períodos. Por fim, propõe-se a construção de um projeto de pesquisa interdisciplinar a partir de um tema definido, quando a classe discute as possibilidades metodológicas de pesquisa e apresentação de trabalhos de história.

Número 01 (2. semestre/1999)
“Ciências: que temas eleger” é o título do número 1 (julho a dezembro) da Projeto – Revista de Educação, publicação dirigida a educadores do ensino fundamental, editada semestralmente. Elaborada pela Editora Projeto, a revista foi lançada no início deste ano, tratando de Ortografia no seu número zero. O objetivo da nova publicação é contribuir para a capacitação de educadores.
A edição especial sobre ensino de ciências traz artigos teóricos, relatos de pesquisas e de práticas, além da seção “Tubo de ensaio”, com sugestões de atividades para colecionar.
Na seção “Investigação”, Clarice Sumi Kawasaki e Nelio Bizzo, especialistas no ensino de ciências, falam sobre nutrição vegetal no ensino fundamental, assunto que costuma ser tratado também através de tópicos isolados, como fotossíntese, respiração, desenvolvimento e crescimento nas plantas, que são, geralmente, tratados no interior dos conteúdos de Botânica.
Os autores, no artigo “Idéias de nutrição vegetal: o velho dilema entre o papel nutricional das raízes e da fotossíntese”, explicam que os processos envolvidos na Nutrição Vegetal figuram entre os que os estudantes do ensino fundamental encontram mais dificuldades e que consideram mais complexos dentre os tópicos de ciências. Eles mostram os resultados de uma pesquisa que investigou a compreensão deste assunto em estudantes de 5a a 8a séries. A seguir, na mesma seção, pais e alunos respondem a questões sobre o ensino de ciências.
Com o título “Teoria”, outra seção traz cinco artigos de especialistas, tratando do tema proposto pela revista Projeto. Em “Ensino de Ciências na Escola: ações educativas que esclarecem e libertam”, Ana Isabel Lima Ramos, coordenadora da Escola Projeto, em Poa, no Rio Grande do Sul, escreve sobre o quanto o ensino das ciências pode ser importante na vida das pessoas, sobretudo em qualidade de vida. Por isso, a autora propõe um novo enfoque para o currículo escolar de ciências, que busque a consciência e a crítica necessária para entender a influência.
Elaine Vieira, professora de metodologia do ensino de ciências da PUC do Rio Grande do Sul, fala dos conhecimentos e habilidades que vão além do domínio dos conteúdos no artigo “Ensino de Ciências enquanto resolução de problemas”. Segundo ela, muitos professores sabem da importância do ensino de ciências, mas reconhecem que não estão preparados. A autora aborda então questões sobre as estruturas cognitivas utilizadas na aprendizagem, relacionando-as com a organização das atividades em sala de aula, e propondo um trabalho baseado na construção da “estrutura mental do conhecimento”.
Hilda Weissman, professora da Universidade Autônoma de Barcelona, na Espanha, aponta no seu artigo “El conocimiento del entorno en la educación infantil” algumas reflexões sobre a construção do conhecimento de natureza das crianças até 6 anos. A preocupação da autora é assinalar o papel dos educadores na tarefa de ajudar as crianças a compreender o meio em que vivem.
Nelio Bizzo e Clarice Kawasaki participam em mais um texto: “Este artigo não contém colesterol: pelo fim das imposturas intelectuais no ensino de ciências”. Nele procuram expor um aspecto “dolorido” da nossa realidade educacional, o de que “não existem professores de ciências em nossas escolas”. O objetivo do texto é ressaltar a importância dos conteúdos no ensino de ciências e discutir a formação de professores que, segundo os autores, se dá com base num modelo superado.
“Educação e meio ambiente na escola fundamental: perspectivas e possibilidades”, artigo de Luiz Marcelo de Carvalho, professor da Unesp, trata dos objetivos dos trabalhos educativos voltamos para a temática ambiental. O autor escreve sobre procedimentos didáticos e trabalhos de campo, procurando apontar os riscos dos “modismos pedagógicos”.
Na seção “Prática”, são analisadas três experiências de ensino. A coordenadora da área de ciências da Escola da Ilha, de Florianópolis, conta quais métodos são utilizados em sala de aula para o ensino de ciências. A seguir, o coordenador de educação do Museu de Ciências e Tecnologia da PUC do Rio Grande do Sul mostra como um museu de ciências, interativo e dinâmico, pode ser uma oportunidade agradável de aprender. A experiência de “descoberta” de bolhas de sabão por crianças de 3 a 5 anos num jardim infantil de Buenos Aires é contada por Verónica Kaufmann, professora de capacitação docente na área de ciências naturais, no artigo “Pompas de jabón: una experiencia para los más pequeños”.
Por fim, a seção “Tubo de ensaio” traz duas idéias para o ensino de ciências. A primeira mostra como crianças da 1a a 3a séries podem montar um terrário e a segunda propõe atividades sobre conteúdos específicos de ciências.

Número 00 (1. semestre/1999)
O número zero, de estréia, trata do ensino de Ortografia e inicia com dois textos de caráter investigativo. O primeiro, de Artur Gomes de Moraes, da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), tem o título “Ensino de ortografia: como vem sendo feito? Como transformá-lo?” O autor aborda uma polarização dos pontos de vista que separam os “defensores da pureza do idioma” dos que lutam pela “liberdade de expressão”. Nesse sentido, aparece o modo como a instituição escolar vem tratando o ensino-aprendizagem da ortografia e a prática cotidiana de insistência na prática tradicional do ensino da língua. O artigo reflete o estado atual deste ensino, seus limites e suas possibilidades de transformação.
Angela Ramis, do ADSUM – Instituto Psicopedagógico de Porto Alegre, também investiga o ensino de ortografia no artigo “A busca por um novo trabalho ortográfico na escola”. O texto baseia-se no estudo realizado na Espanha por Artur Gomes de Moraes, com a orientação de Ana Teberosky, e que tem fundamento nos estudos de Karmiloff-Smith sobre os mecanismos de troca cognitiva do ser humano e nas concepções de Teberosky e de Tolchinsky no campo do conhecimento notacional e da linguagem escrita.
Abordando aspectos mais teóricos sobre o tema, Graciela H. Pérez de Lois, membro do Programa de Capacitação Docente do Ministério de Educação na Argentina, escreve “Quando começamos a trabalhar a ortografia?” Dessa forma, responde perguntas que tem como base a idéia de que um professor construtivista não pode corrigir a ortografia. Lois desenvolve, então, o conceito de ortografia e o conceito de correção para resolver este problema.
María Celia Matteoda, da Universidade de Río Cuarto, na Argentina, fala sobre concepções pedagógicas e investigações ortográficas, apontando novos elementos para discutir as controvérsias entre aqueles que realmente estão preocupados em ensinar convencionalmente a escrever e os que investigam sobre a aprendizagem e domínio ortográfico.
Quatro relatos de práticas de ensino de ortografia ilustram esta edição da revista Projeto. Iêda Maria Brito, da Escola Balão Vermelho, em Belo Horizonte, apresenta seu trabalho que utiliza o jogo de palavras cruzadas como estratégia didática, evidenciando a intensa atividade meta-lingüística que este jogo provoca nos sujeitos envolvidos. A seguir, Angela De Crescenzo e Andrea Luize mostram as atividades da Escola da Vila, em São Paulo, que estimulam os alunos a duvidar da forma de se escrever determinada palavra e a refletir sobre como e o quê os levaram a decidir por uma grafia. O artigo expõe exemplos de situações realizadas, enfatizando a análise de regularidades e irregularidades ortográficas, bem como o uso do dicionário.
Deborah Vier Fischer, da Escola Projeto, em Porto Alegre, escreve em “Desvendando os mistérios da escrita” a sua experiência de trabalho com ortografia na 2a série do ensino fundamental, procurando entender como as crianças fazem uso das diferentes normas ortográficas para serem compreendidas. Dessa forma, a autora apresenta atividades de transgressão, de classificação ou agrupamento, de confronto, de formulação de regras e de sistematização.
O trabalho psicopedagógico com a ortografia é tema do artigo de Véra Mayer da Silva e de Verônica Alfonsin, ambas do ADSUM – Instituto Psicopedagógico, de Porto Alegre. Elas mostram como a avaliação psicopedagógica fornece instrumentos para compreender problemas de leitura e de produção textual. Por fim, Lisete Annes Henriques, especialista em psicopedagogia terapêutica, apresenta a metodologia ortográfica 3T, que consiste em uma proposta de intervenção preventiva e terapêutica direcionada para a resolução de dificuldades ortográficas evolutivas ou de transtornos mais severos na aprendizagem da escrita. Estas dificuldades estariam expressas na forma de substituições, omissões, acréscimos, inversões, segmentações ou junções indevidas de letras.
Exemplos de atividades são ainda abordadas na seção “Tubo de Ensaio”, como, por exemplo, o trabalho com o texto de uma canção que pode abordar a questão da segmentação das palavras.

COMO CITAR ESTE CONTEÚDO:
. Projeto – Revista de Educação. EducaBrasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2001. Disponível em <https://educabrasil.com.br/projeto-revista-de-educacao/>. Acesso em 22 dez. 2024.

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